La ministra de Derechos Sociales y Agenda 2030, Ione Belarra.
Havana, 14 de julho (RHC).- Ione Belarra, ministra de Direitos Sociais da Espanha, pediu o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro dos EUA a Cuba e lembrou que a postura do governo dessa nação europeia tem sido expressada na ONU.
Em declarações à Rádio Nacional, disse que o voto espanhol se somou aos de 183 países que recentemente se expressaram na Assembleia Geral contra essa política.
Belarra, líder do partido Podemos, afirmou que o cerco vigente há seis décadas provocou uma situação política e humanitária “absolutamente excepcional”, e sublinhou que suspendê-lo é a melhor forma de ajudar os cubanos a viverem melhor.
Explicou que suas afirmações são condizentes com a posição do parlamento espanhol nessa questão.
Por sua vez, o acadêmico e jornalista franco-espanhol Ignacio Ramonet disse que Cuba está sendo alvo de uma agenda de desestabilização a partir de uma campanha agressiva nas redes sociais e outros meios.
“Trata-se de um roteiro bem elaborado e colocado em prática antes”, declarou o analista à agência Prensa Latina.
Apontou que neste caso foram aproveitadas as dificuldades provocadas pelo assédio dos EUA à Ilha, especialmente as mais de 240 medidas tomadas pelo ex-presidente Donald Trump encaminhadas a intensificar o bloqueio junto ao impacto da pandemia.
Indicou que esse foi o caldo de cultura para desencadear a operação de domingo passado, quando grupos minoritários da população saíram às ruas para ações violentas.
Ramonet sublinhou que toda análise sobre esta Ilha deve assumir a realidade absoluta e excepcionalmente complexa imposta pelo cerco norte-americano nos planos econômico, comercial e financeiro.
Nos EUA, a ativista Cindy Sheehan lamentou que o presidente Joe Biden tenha mantido a política anticubana do seu antecessor Donald Trump, e declarou que o bloqueio deve ser eliminado.
Disse que o mandatário norte-americano deve suspender imediatamente o cerco e permitir que alimentos, insumos médicos e outros produtos básicos possam chegar a Cuba.
Ontem, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ratificou sua solidariedade ao povo e governo cubanos e exortou Biden a suspender o cerco à Ilha.
“Biden deveria aproveitar este momento para ir à televisão e anunciar que vão adotar a sugestão dos países na ONU para pôr fim a este bloqueio”, postou no Twitter.
Disse que as pessoas levam 60 anos sofrendo essa política, que considerou “desumana” em meio à pandemia.