La futura chanceler da Argentina, Diana Mondino, entrega iconvite ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira.
Brasília, 27 novembro (RHC) A futura ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, entregou ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, um convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para participar da cerimônia de posse de Javier Milei.
A cerimônia de posse de Milei será realizada no dia 10 de dezembro em Buenos Aires.
Ainda não se sabe se Lula comparecerá ao evento.
O portal Metrópoles afirma que o presidente brasileiro está sendo aconselhado por diplomatas a comparecer, devido à grande importância das relações comerciais entre o Brasil e a Argentina.
Durante as eleições, Milei afirmou que cortaria relações com o Brasil e a China por considerar que esses países são administrados por políticos de esquerda.
Entretanto, quando venceu o pleito nas urnas, seu discurso mudou e ele demonstrou proximidade com os governos mencionados.
Milei chegou a dizer que, se Lula quiser comparecer à cerimônia de posse, será muito bem-vindo.
E enviou uma carta ao ex-sindicalista desejando que o período em que serão presidentes seja de estreitamento de laços e destacando a ligação entre as duas nações.
"Sabemos que nossos dois países estão intimamente ligados pela geografia e pela história e, com base nisso, queremos continuar compartilhando áreas complementares de integração física, comercial e internacional", diz um trecho da carta.
No texto, o presidente eleito espera que "nosso tempo juntos como presidentes e chefes de governo seja um período de trabalho frutífero e de construção de laços que consolidem o papel que a Argentina e o Brasil podem e devem desempenhar na comunidade internacional".
Apesar do convite, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim descartou em 20 de novembro passado a presença de Lula na posse de Milei.
"Pelo que sei do presidente Lula, acho difícil que ele vá, porque foi pessoalmente ofendido, mas o Estado brasileiro estará representado", disse o assessor-chefe da presidência para assuntos internacionais à coluna da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo.
Amorim, no entanto, ressaltou que o Brasil terá que adotar uma "relação de Estado" com o país vizinho.
É possível ter "boas relações, mesmo com presidentes de ideologias muito diferentes. Tudo depende da capacidade de colocar os interesses do Estado acima das preferências pessoais. Nós somos capazes disso", disse ele.
Enquanto isso, Milei conversou por videoconferência com o ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), que confirmou presença na posse.
Para Amorim, a aproximação entre Milei e Bolsonaro, ideologicamente próximos, já que um fez campanha para o outro em 2022 e 2023, não terá repercussões significativas para o governo brasileiro. (PL)