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Havana, 26 fevereiro (RHC) O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu hoje a preservação dos direitos humanos e da paz em um momento de turbulência para o mundo e as garantias fundamentais.
Ao discursar na abertura da 55ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, ele alertou que muitas comunidades estão sendo dilaceradas por retórica violenta, discriminação e discurso de ódio.
O Alto Representante reconheceu o terrível custo da disseminação de conflitos, uma vez que as partes beligerantes atropelam os direitos humanos e o direito humanitário.
Isso é agravado pelos obstáculos contra a informação, contra os mais pobres e a natureza, todas com um elemento em comum: a guerra contra os direitos humanos fundamentais, disse.
Em todos os casos, o caminho para a paz começa com o respeito total a todos os direitos humanos - civis, culturais, econômicos, políticos e sociais - e sem dois pesos e duas medidas, observou Guterres.
Insistiu em nova era, a de multipolaridade com novas oportunidades de liderança e justiça no cenário internacional.
Porém alertou que a multipolaridade sem instituições fortes é uma receita para o caos, com tensões crescentes decorrentes da competição entre potências.
As partes em conflito ignoram o direito internacional, as Convenções de Genebra e até mesmo a Carta da ONU, acrescentou o Secretário-Geral, citando as hostilidades em andamento em Gaza, Sudão, Ucrânia ou Mianmar.
Esse cenário exige uma reforma séria de "composição e métodos de trabalho" no Conselho de Segurança da ONU, asseverou.
Ao abordar a crise nos territórios palestinos ocupados, relembrou seus esforços inúteis para conseguir uma resolução de cessar-fogo no mais alto órgão de segurança do mundo.
"Eu invoquei o Artigo 99 pela primeira vez em meu mandato, para pressionar o máximo possível o Conselho a fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para interromper o derramamento de sangue em Gaza e evitar uma escalada. Mas isso não foi suficiente", lamentou.
Dezenas de milhares de civis, incluindo mulheres e crianças, morreram em Gaza, enquanto a lei humanitária internacional continua sendo atacada, destacou.
Guterres reiterou sua preocupação com a crescente violência e as violações de direitos humanos relacionadas a conflitos, lembrando que todas as partes devem sempre distinguir entre civis e combatentes. (Fonte: Prensa Latina)