Secretario General da ONU
Havana, 12 de março (RHC) O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu hoje uma ação responsável para restaurar as instituições democráticas no Haiti em meio ao caos desencadeado pela violência.
Guterres tomou nota do acordo alcançado na segunda-feira pelas partes interessadas para a governança de transição na nação caribenha, que incluiu o estabelecimento de um Conselho Presidencial e a nomeação de um primeiro-ministro interino.
Em declaração divulgada por seu porta-voz, o Alto Representante agradeceu à Comunidade do Caribe (Caricom) e aos outros facilitadores do diálogo para uma solução à crise política haitiana.
Além disso, pediu às partes que tomassem medidas para a implementação do acordo, a fim de restaurar as instituições democráticas por meio de eleições pacíficas, confiáveis, participativas e inclusivas.
Guterres reiterou a solidariedade inabalável da ONU com o povo do Haiti, que precisa de segurança, abrigo, alimentação e assistência médica, além de viver suas vidas com dignidade.
A violência das últimas semanas, que levou à renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry, mantém os civis presos em um estado de emergência e constantes ataques das gangues.
Na terça-feira, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) advertiu sobre um nível "muito alto" de fome, já que a violência ameaça o trabalho humanitário no país.
A escalada causou quase 15.000 novos deslocamentos durante o primeiro fim de semana de março, elevando o número total de pessoas deslocadas no Haiti para mais de 360.000.
O diretor nacional do PMA no Haiti, Jean-Martin Bauer, confirmou que as principais estradas para Porto Príncipe são controladas por grupos armados, e o porto não está funcionando depois de ter sido tomado por gangues.
"Isso significa que os alimentos não podem chegar a Porto Príncipe por estrada ou por mar", disse aos jornalistas reunidos na sede da ONU durante uma coletiva de imprensa virtual.
Ao mesmo tempo, os voos para a capital também foram interrompidos pela ameaça das gangues.
A nação caribenha precisa importar 50% dos alimentos para abastecer a população, portanto, as circunstâncias atuais estão elevando o custo da cesta básica.
Desde a semana passada, a ONU também alertou sobre a falta de capacidade do sistema de saúde, a escassez de bens e recursos, como água e serviços básicos. (Fonte: PL)