Havana, 14 maio (RHC) Ao menos 10 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, investigados e condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quebraram suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram do Brasil.
De acordo com pesquisa do portal UOL, umas 51 pessoas suspeitas de envolvimento em episódios antidemocráticos após as eleições presidenciais de 2022 têm mandados de prisão em aberto ou fugiram após destruírem seus dispositivos de monitoramento telemático.
Dessas, 10 fugiram para o exterior este ano, atravessando as fronteiras dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com destino à Argentina e ao Uruguai.
Sete dos fugitivos já foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 10 anos de prisão.
Do grupo de 10 fugitivos, seis são mulheres e a maioria é de estados do sul e sudeste do país, com idade média de 50 anos.
De acordo com a legislação brasileira, a destruição da tornozeleira e a fuga não acarretam aumento de pena, mas o fugitivo perde o direito ao regime aberto, sendo transferido para o semi-aberto ou fechado.
No entanto, auxiliar na fuga é considerado um delito criminal, sujeito a uma pena de seis meses a dois anos de prisão.
Foi relatado que três mulheres, que estavam detidas dentro do Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo, e tentaram fugir para o Uruguai no início do ano, já estavam sem o monitoramento de tornozeleiras eletrônicas e sem se apresentar às autoridades pelo menos quatro dias antes de sua partida para o país vizinho.
Em 8 de janeiro de 2023, os apoiadores radicais de Bolsonaro invadiram e saquearam as sedes do Congresso Nacional, do STF e do Planalto na capital sob gritos de intervenção militar e rejeição à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Até o momento, 216 pessoas foram condenadas sob a acusação de participação nos eventos antidemocráticos. (Fonte: PL)