Fotos tomadas de Prensa Latina
Havana, 30 de outubro (RHC) O presidente da Assembleia Nacional (Parlamento) da Venezuela, Jorge Rodríguez, anunciou na quarta-feira em Caracas que pedirá ao plenário legislativo que declare o assessor especial de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, Persona Non Grata.
"Não nos importam os compromissos e conciliações que fez com seus amos do Norte", afirmou Rodríguez em longa declaração. Ele relaciona o alto funcionário brasileiro com o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan.
Rodríguez menciona no texto os contatos telefônicos e pessoais que tiveram com Amorim antes das eleições presidenciais de 28 de julho e nos dias que antecederam as eleições na Venezuela.
Destacou que "os fatos indicam que nossas suspeitas não eram tão equivocadas" e afirmou que o ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil "veio em nome de Sullivan para prejudicar a condução normal da eleição presidencial na Venezuela".
Nas reuniões e telefonemas deram ênfase a que o extremismo de direita "nunca reconheceria o resultado das eleições" e que o plano da facção fascista era usar as eleições presidenciais para tentar perpetrar um golpe de Estado no país, ressaltou o presidente do parlamento venezuelano.
Observou que, como resultado dessas ações violentas, 27 venezuelanos foram assassinados em menos de 48 horas e, ante a denúncia, "a resposta de Amorim sempre foi um longo e incômodo silêncio".
Comentando o comparecimento do Assessor Especial de Relações Exteriores do Brasil perante a Comissão de Política Externa da Câmara dos Deputados de seu país, afirmou que mentiu ao dizer que o Brasil atuou como garantidor dos Acordos de Barbados.
Detalhou que "a Venezuela nunca aceitou, nem aceitará, representações que façam alusão a qualquer tipo de tutela ou "garantia".
Referindo-se a uma reunião no Palácio Miraflores com Amorim, Rodríguez destacou que "somos ferozes e implacáveis na defesa de nossa autodeterminação, da democracia, da Constituição e das leis, e também somos pessoas decentes que se atêm à verdade".
Explicou que estava claro "por que veio e quem o enviou", e acrescentou que Amorim se comportou, de maneira maliciosa, "mais como um interlocutor do governo dos EUA do que no papel supostamente atribuído a ele pelo presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva)".
O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela convocou o Encarregado de Negócios do Brasil em Caracas, Flávio Macieira, na quarta-, e expressou em um comunicado sua firme rejeição ao que chamou de "declarações de interferência recorrente e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro".
Referindo-se a Amorim, falou que se comportou como um mensageiro do imperialismo norte-americano, ao se dedicar de modo impertinente a " opinar sobre processos que só correspondem aos venezuelanos e suas instituições democráticas". (Fonte: Prensa Latina)