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Nações Unidas, 20 de novembro (RHC) A delegação dos Estados Unidos vetou na quarta-feira, no Conselho de Segurança da ONU, um projeto de resolução que pedia cessar-fogo imediato e permanente na Faixa de Gaza.
A proposta, apresentada pela Guiana em nome dos dez membros não permanentes do órgão, recebeu 14 votos a favor. A representação dos EUA - que já obstruiu várias propostas de cessar-fogo - justificou a decisão com a suposta falta de um vínculo entre o rascunho e a libertação imediata das pessoas detidas pelo Hamas em outubro de 2023.
No entanto, a proposta exige cessar-fogo imediato, incondicional e permanente a ser respeitado por todas as partes e reclama a libertação imediata e incondicional de todos os reféns.
Da mesma forma, exige retirada militar israelense completa de Gaza, permitindo o repovoamento de todas as áreas da Faixa.
Á diferença dos cinco membros permanentes - EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha e França - os membros eleitos não têm poder de veto.
Após mais de 400 dias de conflito, o Conselho mal conseguiu aprovar quatro resoluções sobre o assunto, com pouco ou nenhum efeito.
A esperada votação coincidiu com o terceiro dia consecutivo de debate sobre a situação em Gaza, onde a população do norte está lutando para permanecer viva depois de mais de 40 dias sem assistência.
"Todas as tentativas da ONU de prestar assistência à população nas áreas sitiadas do norte de Gaza foram negadas ou impedidas", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, a repórteres na terça-feira.
Como resultado, padarias e cozinhas na província de Gaza Norte foram fechadas, o apoio nutricional foi suspenso e o abastecimento de água foi completamente bloqueado.
Os contínuos obstáculos à ajuda estão aumentando ainda mais o risco de fome, depois que os especialistas pediram "ação imediata em questão de dias, não de semanas" para evitar sua propagação.
"Como já dissemos várias vezes, a solução está em abrir mais pontos de entrada em Gaza e permitir o uso de mais rotas internas", insistiu Dujarric.
Ambas as medidas exigem a intervenção das autoridades israelenses, ressaltou.