Foto tomada de Prensa Latina
Havana, 30 novembro (RHC) A confirmação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia do plano dos militares para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, após as eleições de 2022, abalou o Brasil na semana que termina.
De acordo com relato da Polícia Federal (PF), os golpistas também pretendiam eliminar o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
De acordo com o documento policial entregue a De Moraes, relator do caso, as provas reunidas demonstram inequivocamente que Bolsonaro "planejou, agiu e teve controle direto e efetivo dos atos praticados pela organização criminosa".
O objetivo do grupo era dar um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito.
No total, o inquérito lista oito episódios que apontam para o papel do ex-chefe do Executivo na tentativa de golpe e afirma que a tentativa só não foi adiante devido à recusa dos comandantes do Exército e da Força Aérea na época, e que a maioria do alto comando do Exército não aderiu ao golpe.
Além disso, a investigação aponta a participação em "ações para pressionar o comandante do exército".
O órgão policial cita a chamada Carta ao Comandante do Exército dos Oficiais Superiores do Exército Brasileiro, que, segundo o inquérito, foi redigida e divulgada com "o conhecimento e a autorização de Bolsonaro".
De Moraes enviou o relatório da investigação sobre os episódios antidemocráticos para a Procuradoria Geral da República (PGR).
O juiz desmascarou o sigilo do conteúdo, mas o manteve para a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro.
Soube-se que a decisão da PGR sobre o indiciamento ou não do político de extrema-direita e de outras 36 pessoas acusadas da suposta trama golpista será tomada em fevereiro.
Com o texto policial em suas mãos, a procuradoria poderia encerrar o caso, apresentar acusações ou solicitar mais investigações.
Se for apresentada uma denúncia, De Moraes poderá aceitar a acusação e haverá um processo criminal. O caso é passível de 28 anos de prisão (Fonte: Prensa Latina).