Governo de Milei tensiona as relações entre Argentina e Chile

Editado por Irene Fait
2024-12-21 17:53:03

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Foto: PL

Santiago do Chile, 21 dezembro (RHC) As relações entre o Chile e a Argentina estão passando por momentos de tensão, após declarações do presidente Javier Milei e de altos funcionários de sua administração, que desacreditam o trabalho do governo chileno.

Os problemas entre as duas nações começaram em abril do ano passado, quando a Marinha Argentina inaugurou o Posto de Controle e Vigilância do Trânsito Marítimo Hito 1, que entrou mais de três metros na região de Magallanes e da Antártida chilena para colocar seus painéis solares.

Inicialmente, o embaixador do país transandino em Santiago, Jorge Faurie, tentou minimizar a questão, declarando que se tratava de um "erro" da empresa responsável pela instalação do posto e que era impossível desmontar a construção pelo menos até o verão austral.

O presidente Gabriel Boric conclamou a Argentina a remover as estruturas depois de lembrar que "as fronteiras não são algo ambíguo. É um princípio básico de respeito entre os países".

"Ou eles tiram ou nós tiramos", disse Boric naquela oportunidade.

Nesta semana, Milei apoiou as declarações de seu ministro da Economia, Luis Caputo, quem falou o seguinte: “ o Chile hoje é praticamente governado por um comunista que está prestes a afundá-los".

Uma mensagem que circulou no Chile, nas redes sociais, intitulada "Melhor deixar os números falarem", dá uma resposta sólida ao governo de Milei, comparando a situação dos dois países.

A pobreza na Argentina atinge 53% da população, enquanto no Chile é de 6,5%; a inflação anual na Argentina é de 166% e no Chile é de 4,2%; o salário mínimo na Argentina é de 239 dólares, metade do salário mínimo no Chile, que é de 532.

Políticos de todas as tendências, com exceção do ultradireitista Partido Republicano condenaram os comentários dos funcionários do governo de Milei, sua interferência em assuntos internos, que impedem relações harmoniosas.

Questionado sobre o assunto, Boric afirmou: "Precisamos ter um pouco mais de humildade, porque nós, presidentes, passamos, mas as instituições e as pessoas ficam".

E acrescentou: "Não vou usar adjetivos ou insultos contra o presidente da Argentina, como ele está acostumado a fazer". (PL)



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