Foto: Prensa Latina.
Brasília, 11 janeiro (RHC) A defesa da democracia pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dois anos após o golpe de 8 de janeiro de 2023, foi destaque no Brasil na semana que termina.
"Hoje é o dia de dizer em voz alta: nós ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023", afirmou Lula em cerimônia de memória da data, no Palácio Presidencial, perante ministros, autoridades e movimentos sociais.
Pediu nunca mais ditadura (1964-1985) e "democracia sempre", caso contrário, advertiu, "muitos de nós poderíamos ter sido presos, exilados ou mortos, como aconteceu no passado, e não permitiremos que isso aconteça novamente".
Lula insistiu que, se agora é possível pensar de forma diferente e expressar livremente pensamentos, ideias e desejos, "é porque a democracia venceu".
Caso contrário, argumentou, a única liberdade de expressão permitida seria a do ditador e de seus cúmplices, "e se utiliza para mentir, espalhar o ódio e incitar a violência contra aqueles que pensam de forma diferente".
Em constante alusão à democracia, o governante indicou que, sem a tão almejada liberdade, a arte teria de ser submetida a censores, que proibiram ver, ouvir e ler qualquer coisa que julgassem subversivas.
"Estamos aqui para garantir que ninguém seja assassinado ou desapareça pela causa que defende. Estamos aqui em nome daqueles que não podem mais estar aqui", enfatizou Lula recordando alguns nomes.
Para o presidente brasileiro, a democracia só para um punhado de pessoas não está completa e "será sempre uma obra em construção".
Considerou que "a democracia será plena quando todos e cada um dos brasileiros, sem exceção, tiverem acesso a alimentação de qualidade, saúde, educação, segurança, cultura e lazer. Quando tiverem as mesmas oportunidades de crescer e prosperar, e os mesmos direitos de sonhar e ser feliz".
Sem mencionar o ex-presidente ultradireitista Jair Bolsonaro, acusado de suposta participação em um plano golpista, Lula ressaltou que a democracia estará completa quando todos forem de fato iguais perante a lei.
No dia de recordação, o presidente brasileiro recebeu 21 obras de arte restauradas que tinham sido danificadas durante os eventos violentos de janeiro de 2023.
As peças de arte, incluindo pinturas, esculturas e artefatos históricos, retornam à coleção da Presidência, no âmbito do evento chamado Abraço da Democracia, em memória dos dois anos desde a invasão e saque da sede da capital do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal e do Palácio Presidencial por apoiadores radicais de Bolsonaro. (Fonte: Prensa Latina).