Serguei Lavrov

Moscou, 25 de março (RHC) As negociações entre as delegações da Rússia e dos EUA na capital saudita, Riad, concentraram-se em garantir a segurança da navegação no Mar Negro, disse o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov.

O ministro, que estava falando ao Canal 1 na terça-feira, disse que, na reunião, a delegação russa pediu que não houvesse ambiguidades na nova Iniciativa de Grãos do Mar Negro.

Lavrov lembrou que, sob os termos do pacto alimentar, acertado em Istambul em 2022, as medidas discriminatórias contra as exportações de fertilizantes e produtos agrícolas russos para os mercados mundiais deveriam ter sido suspensas, mas isso não foi cumprido.

E em vez de exigir a remoção das sanções, o secretário-geral da ONU “decidiu procurar brechas nas sanções”, essencialmente aplicando-as, o que “é inaceitável para qualquer funcionário da ONU, e ainda mais para o secretário-geral”.

Em 22 de julho de 2022, a Rússia, a Turquia e a ONU assinaram um acordo para desbloquear as exportações de grãos e fertilizantes da Ucrânia pelo Mar Negro, enquanto Kiev assinou um documento semelhante com Ancara e representantes da ONU.

Desde então, o acordo foi prorrogado três vezes, a última vez em 17 de maio de 2023 por dois meses.

A Rússia formulou cinco exigências para estender o pacto alimentar: conectar de novo seu banco agrícola, o Rosselkhozbank, ao sistema SWIFT; retomar envios de maquinária agrícola, peças de reposição e manutenção; e suspender a proibição de acesso aos portos.

Da mesma forma, exigiu a reativação do duto de amônia Toliatti-Odesa, bem como o desbloqueio de ativos e contas no exterior de empresas russas envolvidas na produção e no transporte de alimentos e fertilizantes.

Na ausência de progresso nessa questão, o Kremlin anunciou em 17 de julho de 2023 que a Rússia estava suspendendo sua participação no acordo, mas que estaria disposta a retomá-lo assim que suas condições fossem atendidas.