Havana, 4 de maio (RHC).- O presidente Miguel Díaz-Canel denunciou o ataque terrorista contra a embaixada de Cuba nos EUA, ocorrido na semana passada, e frisou que o governo norte-americano é responsável pela proteção das sedes diplomáticas credenciadas no país.
O mandatário referiu-se ao assunto em seu discurso na Cúpula virtual do Movimento Não Alinhado, realizada nesta segunda-feira para examinar a situação global ante a Covid-19.
Em Havana, Carlos Fernández de Cossio, diretor-geral dos EUA no ministério das Relações Exteriores de Cuba, denunciou a cumplicidade do governo norte-americano com o terrorismo, referindo-se ao silêncio em torno do recente atentado à tiros contra a embaixada cubana em Washington.
“Na capital desse país ocorre uma agressão armada contra uma sede diplomática e o Departamento de Estado é incapaz de encontrar uma forma de se pronunciar”, indicou no Twitter. “A história do incentivo à violência contra Cuba por parte do governo dos EUA é fartamente conhecida. Sua cumplicidade com grupos terroristas também”, aponta a mensagem.
Sobre o assunto, o jornal “Granma”, editado em Havana, disse que o ataque armado contra a embaixada de um país estrangeiro não pode ser focado como um simples “incidente”, segundo as regras elementares da diplomacia internacional. Ressaltou o compromisso do Estado anfitrião com a segurança e resguardo das sedes diplomáticas. “Como compreender que desde que ocorreu o fato nem o Departamento de Estado nem o governo do país sede tenham emitido uma declaração oficial condenando o acontecimento, cuja gravidade tem sido reconhecida pelas próprias autoridades atuantes de aplicação e cumprimento da lei?”, aponta a matéria.
“De que diplomacia estamos falando?”, pergunta o jornal, e sublinha que o terrorismo, seja qual for sua magnitude, não admite “dois pesos – duas medidas”.
Outro diário cubano, o “Juventud Rebelde”, também se referiu ao tema. Disse que a ausência de resposta das autoridades norte-americanas poderia jogar mais lenha no fogo da impunidade e estimular novas agressões. Lembrou vários dos mais de 20 ataques no território dos EUA contra instalações diplomáticas de Cuba e seus funcionários, incluso o assassinato em 1980 de Félix García, credenciado na ONU.
Em Paris, o Grupo de Ação Franco-Latino da França Insubmissa rejeitou o ataque a tiros ocorrido na quinta-feira passada em Washington. “Aqui vemos ao que leva o discurso de ódio de Donald Trump contra Cuba”, indicou a organização em sua conta no Twitter, e exaltou a solidariedade desta Ilha que “envia seus médicos a todas as partes para lutar contra a Covid-19”.