Havana, 15 de janeiro (RHC).- O ministro cubano das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, denunciou que este país é vítima do terrorismo organizado, financiado e perpetrado pelo governo dos EUA.
No Twitter, frisou que essas ações são realizadas por indivíduos e organizações radicadas ou que operam desde o território norte-americano.
“Não reconhecemos listas unilaterais criadas para difamar e justificar medidas coercitivas”, afirmou Rodríguez referindo-se à inclusão de Cuba no documento elaborado pelo Departamento de Estado sobre nações que supostamente patrocinam o terrorismo.
Em Moscou, a porta-voz da Chancelaria russa, Maria Zajarova, disse que essa acusação de Washington constitui “uma falsidade e uma mentira institucionalizada”.
“Demonstra a incapacidade da Casa Branca de colocar em prática um rumo consequente de sua política exterior. Se trata de uma mentira à qual concedeu-se um nível de Estado”, apontou.
Por sua vez, David Malloy, presidente do Comitê de Justiça e Paz Internacional da Conferência de Bispos Católicos dos EUA, condenou essa decisão. “Ao longo de décadas, junto com a Santa Sé e a maioria da comunidade internacional, a Conferência defendeu a colaboração e as relações de benefício mútuo entre os EUA e Cuba”, indicou em documento divulgado pela entidade.
“Advogamos, também, pela suspensão total do embargo econômico contra a nação insular”, aponta o texto. Destaca que os laços são necessários para construir vínculos comerciais, culturais e científicos de benefício para ambas as partes.
Em Havana, a Associação Cubana das Nações Unidas rejeitou a inclusão do país na lista unilateral de Washington. “Esta ação representa uma recompensa política aos setores com posturas extremas contra Cuba”, afirma em comunicado. Diz que a medida coloca em dúvida a seriedade do governo dos EUA ao abordar o tema do terrorismo.
“As famílias cubanas têm sido cruelmente afetadas em consequência de ações terroristas promovidas, organizadas, financiadas ou toleradas pelos sucessivos governos dos EUA, que trouxeram como resultado a perda da vida de 3.478 pessoas, e gerado deficiências físicas a outras 2.099, além de numerosos danos psicológicos, econômicos e materiais”, sublinha a ACNU.