Cuba recorda bravura de Fidel Castro diante dos tumultos de 1994

Editado por Irene Fait
2023-08-05 18:13:29

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Havana, 05 agosto (RHC) Cuba recorda hoje a audácia política e a coragem de seu líder histórico Fidel Castro que, junto com o povo da capital, neutralizou em poucas horas, em 05 de agosto de 1994, os protestos de rua e os atos de vandalismo que ocorreram aqui.

Instigados e financiados pelo governo dos Estados Unidos e sua antiga Seção de Interesses nesta capital, um grupo de pessoas - em sua maioria lúmpens e antissociais - foi até as proximidades do Malecon de Havana para fazer exigências através de meios violentos ao governo revolucionário.

Após a recente extinção do campo socialista e a queda abrupta do comércio com esse bloco, houve escassez de alimentos e de serviços básicos, como eletricidade e transporte, em Cuba, o que levou a contínuas tentativas de saídas ilegais do país.

Fidel Castro havia convocado o povo, reunido no que ele mesmo descreveu como "parlamentos operários", para aprovar medidas que revalorizariam o peso cubano - cotado no mercado informal a 150 por dólar - e presumivelmente iniciariam a recuperação da economia nacional.

Todavia, a partir dos EUA se atiçava o clima de hostilidade contra a Ilha. Os sequestros de barcos para deixar o país ilegalmente ocorriam com frequência, incentivados por transmissões radiofônicas desde Estados Unidos.

Tudo isso gerou uma situação tensa nos municípios próximos ao porto de Havana, o que levou a quebrar vitrines, saquear mercadorias em lojas próximas, tumultos no Malecón e um alvoroço na mídia dos Estados Unidos sobre a queda iminente do "regime de Castro".

A revolta popular foi inédita para um país acostumado a lidar com dificuldades, mas com a união do povo em torno de seus líderes; apesar da situação adversa e a surpresa diante dos acontecimentos, o Comandante em Chefe Fidel Castro compareceu ao lugar com serenidade.

As crônicas desses eventos relatam que, em meio ao tumulto que cercava o Hotel Deauville, em Havana, a presença de Fidel silenciou os indisciplinados e os marginais a tal  ponto que, segundo versões populares, mais de um largou as pedras e foi vê-lo, por curiosidade ou magnetismo.

Nas horas seguintes, o líder cubano transformaria os eventos em ponta de lança para uma ofensiva política e midiática para denunciar o governo dos EUA por sua política arbitrária e criminosa de bloqueio e incentivo à emigração ilegal.

Em rede nacional de televisão, Fidel Castro advertiu que "ou se tomam medidas eficazes e rápidas para evitar partidas ilegais ou removeremos os obstáculos a qualquer embarcação que queira ir para os Estados Unidos... Não podemos continuar sendo os guardiões das fronteiras dos EUA".

Outra aparição televisionada do líder cubano, no dia 11 daquele mês, definiu a posição de seu governo sobre o incentivo sistemático do exterior à emigração desordenada para os Estados Unidos.

De agora em diante, qualquer pessoa que tentasse emigrar para o exterior com seus próprios meios adequados e seguros não seria proibida de deixar o território nacional, mas não poderia levar consigo crianças ou adolescentes em idade escolar.

De acordo com artigos na imprensa da Ilha, houve um êxodo de saídas em massa ao longo de nossas costas, sem nenhuma formalidade ou controle. Isso obrigou o governo de William Clinton, o presidente em exercício em Washington, a iniciar conversações oficiais com Cuba em 27 de agosto em Nova York.

Nesse contexto, o país caribenho obteve uma vitória ao fazer retroceder a política de imigração dos EUA diante do fluxo de migrantes promovido por suas próprias campanhas. Os acontecimentos de 5 de agosto de 1994 foram, nesse sentido, um bumerangue para a Casa Branca e outra expressão da unidade dos cubanos com seu líder. (PL)



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