Imagen ilustrativa
Joanesburgo, 24 agosto (RHC).- O chefe de Estado cubano Miguel Díaz-Canel, como presidente do grupo G77+China, expressou na quinta-feira seu apoio ao caminho para o multilateralismo inclusivo, incorporado na declaração final da 15ª Cúpula do Brics.
É uma grande honra e um privilégio, disse, participar de uma cúpula do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), um mecanismo de integração que abre esperanças para o fortalecimento do multilateralismo, que hoje é tão urgente quanto essencial para o próprio destino da humanidade.
Participo desse diálogo, afirmou, com a enorme responsabilidade que representa para Cuba presidir o Grupo dos 77 + China, o maior e mais diversificado grupo de nações em desenvolvimento.
Somos 134 países, dois terços dos membros da ONU, onde vivem quase 80% da população mundial, enfrentando os desafios colossais de um mundo cada vez mais desigual, onde a exclusão e a pobreza se multiplicaram após dois anos de pandemias, seguidas de conflitos dramáticos, ressaltou Diaz-Canel.
O G77+China e os Brics, disse, têm a responsabilidade e a possibilidade de agir em prol de uma mudança na atual ordem mundial injusta.
Essa não é uma opção; é a única alternativa, enfatizou.
Dada a crescente autoridade do grupo Brics no cenário internacional, o G77+China não hesita em acolher sua ampliação, o que contribuirá para fortalecer sua relevância e representatividade globais, destacou no discurso.
O presidente cubano lembrou como a transformação real da atual arquitetura financeira internacional, que descreveu como profundamente injusta, anacrônica e disfuncional, é uma demanda histórica tanto do G77+China quanto do Brics.
Nesse sentido, ressaltou, o Novo Banco de Desenvolvimento criado pelo Brics pode e deve se tornar uma alternativa às atuais instituições financeiras, que há quase um século aplicam receitas draconianas para lucrar com as reservas do Sul e reproduzir seus esquemas de subjugação e dominação.
Certamente, a extensão de tal mecanismo (de reservas de moeda estrangeira de base ampla, que poderia garantir certeza e estabilidade ao Sul) a outros países contribuiria para aliviar os desequilíbrios do atual sistema monetário, detalhou.
O estabelecimento de linhas de crédito mútuo em moedas locais pelos bancos das nações do Brics e a possibilidade de criar uma moeda única para suas operações, acrescentou, também são iniciativas que poderiam ser aplicadas nas relações com outros países em desenvolvimento.
Isso pode reduzir o monopólio abusivo da moeda norte-americana, que reforça e garante uma hegemonia prejudicial ao resto do mundo, enfatizou Díaz-Canel.
Quanto às mudanças climáticas, continuou, enfatizamos o valor estratégico da coordenação efetiva entre o Brics e o G77+China, a fim de salvaguardar o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, na implementação da Convenção e do Acordo de Paris.
Por outro lado, o desenvolvimento técnico-científico técnico é hoje monopolizado por um clube de países que possui em caráter exclusivo a maioria das patentes, tecnologias, centros de pesquisa e promove a fuga de talentos de nossos países, afirmou.
O G77+China e o Brics devem e podem, disse, fazer mais para mudar essa situação.
Sobre essa questão, Cuba convocou uma Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do Grupo dos 77 + China sobre ciência, tecnologia e inovação como premissa para o desenvolvimento, a ser realizada em setembro próximo em Havana.
Esperamos vê-los lá, anunciou aos presentes, líderes de 65 nações.
Acreditamos firmemente no poder da unidade na diversidade e que chegou a hora de agirmos juntos em defesa das queixas históricas que, por não terem sido tratadas em tempo, multiplicaram os problemas que nossas nações enfrentam hoje. Para avançar em direção a um futuro mais justo e sustentável, o momento para a ação coletiva não é amanhã. É agora, enfatizou Diaz-Canel. (Fonte: PL)