Havana, 6 de setembro (RHC).- Uma delegação composta por 14 especialistas, incluindo técnicos e políticos brasileiros, trocou informações com dirigentes do Ministério da Agricultura de Cuba sobre a realidade do setor e o potencial de cooperação entre os dois países.
Essa, que é sua primeira visita, não terá o objetivo de finalizar ou aprovar projetos, mas de conhecer as principais limitações da produção, entre as quais estão as difíceis condições de vida nas áreas rurais, o atraso tecnológico, a falta de insumos produtivos e o investimento insuficiente em infraestrutura e produção, disse Maury Hechavarría Bermúdez, vice-ministro da Agricultura.
Ele também explicou a estrutura e a caracterização da produção agrícola no país, onde atuam o setor estatal, empresarial, cooperativas e novos atores econômicos.
Referiu-se às expectativas de Cuba com relação à cooperação com o Brasil, conhecendo os níveis de abastecimento e as soluções para os problemas que apresentaram em diferentes momentos.
Alguns dos especialistas, entre eles da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), explicaram as soluções implementadas no Brasil para resolver problemas semelhantes aos enfrentados atualmente na produção agrícola cubana.
O embaixador Ruy Pereira, diretor da Agência Brasileira de Cooperação, que chefia a delegação, explicou as intenções da missão do grupo, focada na exploração de possibilidades em questões científicas, técnicas e econômicas, o que chamamos de cooperação internacional para o desenvolvimento, disse ele.
O objetivo da missão é determinar, dentro dos diferentes campos, quais são as prioridades mais importantes de Cuba e quais são os projetos para cooperação com a agência, e então, juntos, criaremos projetos e iniciativas que fornecerão soluções, explicou.
Pelo menos de nossa parte, poderemos ver, reunir e juntar soluções para que Cuba deixe de gastar mais de dois bilhões de dólares anuais na importação de alimentos e combustíveis, sobretudo por causa do assédio dos Estados Unidos, afirmou Pereira.
O representante da delegação deu detalhes sobre os próximos passos da cooperação, que incluem outra visita em outubro e a última em novembro, onde será tratada a questão das tecnologias para a agroindústria.