Havana, 8 setembro (RHC).- Autoridades cubanas informaram na quinta-feira a prisão de 17 pessoas durante o desmantelamento de uma rede de tráfico de pessoas que opera para incorporar cidadãos cubanos em operações de guerra na Ucrânia.

Especialistas da Direção Geral de Investigação Criminal do Ministério do Interior explicaram no telejornal das 20h que a responsabilidade das pessoas envolvidas nessa rede criminosa em nosso país está sendo investigada atualmente.

Explicaram que três pertenciam ao esquema de recrutamento dentro da Ilha, dirigido do exterior.

As 14 pessoas restantes confessaram ter se juntado à operação de forma individual e voluntária, em troca de residência na Rússia e bastante dinheiro..

Os organizadores estavam buuscando indivíduos com antecedentes criminais, provenientes de famílias desestruturadas, a fim de incorporá-los ao sistema mercenário. As principais provas criminais são as confissões feitas pelos detidos e as comunicações estabelecidas pelo líder interno da rede com o restante dos envolvidos, explicaram.

As investigações sobre esses eventos lesivos à segurança nacional continuam.

O promotor-chefe do Departamento de Supervisão da Diretoria de Processos Penais da Procuradoria Geral da República, José Luis Reyes, explicou que, durante o andamento e a conclusão das investigações, será determinado o crime atribuível a cada caso, de acordo com as ações e a vontade dos envolvidos.

Destacou que, de acordo com o Código Penal, os envolvidos podem ser acusados dos crimes de tráfico ou contrabando de pessoas, bem como de mercenarismo, sendo que este último acarreta penas de prisão de 10 a 30 anos, prisão perpétua ou morte.

Por sua vez, a diretora de Direito Internacional do Ministério das Relações Exteriores, Yelina Silva, ratificou a posição histórica de Cuba contra o mercenarismo, do qual a nação tem sido alvo em várias ocasiões.

A diplomata afirmou que seu país é signatário de vários tratados internacionais contra esse flagelo e foi autor de iniciativas aprovadas pelas Nações Unidas sobre o assunto.

Há alguns dias, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba emitiu uma declaração denunciando que o país estava enfrentando operações de tráfico de pessoas para fins de recrutamento militar.

Nesse texto, ratificou que Cuba não faz parte da guerra na Ucrânia e que atuará energicamente contra qualquer pessoa que, a partir do território nacional, participe de qualquer forma de tráfico de pessoas com fins de recrutamento ou mercenarismo para que cidadãos cubanos usem armas contra qualquer país. (Fonte: Prensa Latina).