Foto de archivo
Havana, 14 de março (RHC) O jornal Pátria, criado por José Martí, o maior de todos os cubanos, nasceu em um dia 14 de março em Nova York, razão pela qual foi instituído o Dia da Imprensa Cubana.
Lembrar um dos mais importantes legados documentais deixados pelo herói é honrar seu incomensurável trabalho como jornalista (e, sem dúvida, em todas as áreas), mas seu trabalho nesta que nos interessa significa evocar um dos mais conhecidos colunistas, repórteres ou articulistas da América Latina naquela época.
Em 1892, essa publicação viu a luz do dia em Nova York e sua última edição foi a número 522, datada de 31 de dezembro de 1898.
Naqueles seis anos de intenso trabalho jornalístico, Martí deixou claro que, em suas páginas, era necessário promover o objetivo do Partido Revolucionário Cubano (PRC) de alcançar a independência total das ilhas de Cuba e Porto Rico do domínio espanhol, e a luta armada era o caminho.
Como jornalista de destaque na época, o Maestro já havia escrito em publicações importantes, como El Partido Liberal, do México, e La Nación, de Buenos Aires.
O crítico cubano José Antonio Portuondo observou certa vez que, se Martí tivesse sido solicitado a preencher um daqueles longos formulários de hoje e lhe fosse pedido que especificasse sua profissão, teria marcado, "sem dúvida", jornalista.
Em todas as fases de sua vida na profissão, bem como nos períodos seguintes após sua morte, todos concordaram, e o fazem até hoje, que desde seus primeiros artigos no "El Diablo Cojuelo" e no "Patria Libre" - jornais nascidos em janeiro de 1869 - ele evidenciou o voo de sua pena.
Dos 28 volumes que compõem suas obras completas, a maior parte é composta por seus trabalhos retirados das colunas de jornais e revistas.
Sabe-se que Marti expressou suas principais ideias sob a euforia das impressões momentâneas e de cada lugar onde foi cronista (e outros gêneros) em diferentes países.
O intelectual encontrou nesses meios de comunicação o cenário mais apropriado para refletir a palpitação da vida cotidiana, mas foi Pátria, o órgão da RPC, sua melhor obra no jornalismo.
O jornal foi publicado inicialmente em um sábado e contribuíram para seu financiamento e apoio os produtores de tabaco de Tampa e Key West, bem como intelectuais cubanos e porto-riquenhos que viviam em Nova York.
Em uma das páginas da primeira edição, Martí argumentou em um artigo intitulado "À nossa imprensa sobre o papel que lhe corresponde na batalha pela independência e pela liberdade" e, a esse respeito, escreveu: "Este jornal nasce, na hora do perigo, para zelar pela liberdade, para ajudar a que suas forças sejam invencíveis por meio da união e para impedir que o inimigo nos derrote novamente por causa da nossa desordem".
Após a morte de Martí, uma nota de última hora apareceu na edição de 17 de junho de 1895 de Pátria (número 166): "No momento em que esta edição vai para a imprensa, recebemos a cruel certeza de que o apóstolo exemplar, o amado professor, o abnegado José Martí, não existe mais. Pátria, reverente e perturbada, dedicará toda a sua próxima edição para glorificar o patriota, para exaltar o imortal".
Para homenagear a data do surgimento dessa importante publicação, o Dia da Imprensa Cubana é comemorado em 14 de março desde o início da década de 1990. (Fonte: Prensa Latina)