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Havana, 11 de junho (RHC) O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, definiu hoje o Brics como um ator-chave na geopolítica global, durante a Conferência Ministerial da associação.
Em seu discurso na sessão ampliada da reunião, o chanceler cubano elogiou a expansão necessária e estratégica do grupo, que atualmente tem 10 membros (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã), representando mais de 45% da população mundial e um terço do PIB global.
"O mundo precisa urgentemente de uma nova convivência civilizada, onde prevaleçam a solidariedade, a cooperação e a integração entre os países. O Brics pode dar uma contribuição significativa para essa demanda histórica do Sul, particularmente no caminho para a necessária reforma do atual sistema financeiro internacional, que é profundamente injusto, antidemocrático, especulativo e excludente", ressaltou.
Da mesma forma, argumentou que, diante da atual crise internacional de alimentos, a ação do Brics seria crucial no desenvolvimento agrícola e na produção de alimentos.
Nesse sentido, Rodríguez ressaltou que a contribuição do grupo também se aplica ao uso e à geração de energia de fontes renováveis em projetos de desenvolvimento, "uma questão de vital importância para os países do Sul".
"A promoção da cooperação nessa área contribuiria para o desenvolvimento de sistemas de geração mais limpos e duráveis e garantiria a estabilidade em um setor tão sensível para o desenvolvimento", argumentou. Em matéria financeira, o chanceler cubano elogiou a força do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics, pois aposta num apoio próprio, baseado no uso de suas moedas nacionais.
"Essa instituição tem o potencial de influenciar as transformações que precisam ser introduzidas na atual arquitetura financeira internacional injusta e excludente", disse.
Nesse sentido, enfatizou que esta também é uma alternativa importante e uma oportunidade para os países do Sul, pois permitirá que tenham acesso a recursos financeiros em condições mais favoráveis.
"A expansão do número de membros do Novo Banco de Desenvolvimento aumentará sua influência internacional e contribuirá para a mobilização de fundos em áreas-chave para o desenvolvimento dos países do Sul", disse o chefe da diplomacia cubana.
E assegurou que a iniciativa do bloco de implementar um mecanismo de reserva de divisas de base ampla que garanta certeza e estabilidade ao Sul, bem como o estabelecimento de linhas de crédito recíprocas em moedas locais, "constitui uma importante contribuição para o desenho de uma arquitetura financeira internacional nova e inclusiva".
O ministro das Relações Exteriores de Cuba resumiu que, ao incluir novos países, o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics contribuiria para aliviar os desequilíbrios do atual sistema monetário.
Em sua opinião, esse sistema mantém o dólar como um instrumento de pressão e como uma arma para impor medidas coercitivas unilaterais que têm um "impacto muito negativo na economia de muitos de nossos povos", insistiu.
Rodríguez agradeceu em nome do povo e do governo cubano o convite para participar do Conselho Ministerial do Brics, realizado sob a presidência da Rússia. (Fonte: Prensa Latina)