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Havana, 16 de setembro (RHC) O escritor brasileiro Leonardo Boff endossou hoje a carta aberta do jornalista franco-espanhol Ignacio Ramonet dirigida ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na que exige a exclusão de Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo.
Boff, teólogo e filósofo, fundador da Teologia da Libertação, adere assim às mais de quatro mil assinaturas que apóiam esta nobre e justa iniciativa.
A carta também foi assinada pelo historiador e economista belga Eric Toussaint, porta-voz da Rede Internacional do Comitê para a Abolição de Dívidas Ilegítimas (CADTM); pelo ex-membro do Parlamento Europeu e secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista da Espanha, Manu Pineda, e pelo pesquisador dominicano Yuderkys Espinosa-Miñoso, diretor do Instituto Caribenho de Pensamento e Investigação Decolonial.
A eles se uniram o professor e sociólogo porto-riquenho Agustín Lao-Montes e os intelectuais argentinos Mario Goloboff e Pablo Vommaro, secretário acadêmico do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO).
Por meio de uma convocação, emitida no início deste mês pela instituição Casa de las Américas, de Havana, a batalha para excluir a nação caribenha da lista também tem o apoio do escritor nigeriano Wole Soyinka, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, e do argentino Adolfo Pérez Esquivel, ganhador do Prêmio Nobel da Paz.
Em sua carta, Ramonet pede ao presidente dos EUA que repare a "profunda injustiça cometida em 12 de janeiro de 2021 por seu antecessor, Donald Trump, quando, poucas semanas antes de deixar a Casa Branca, decidiu - sem qualquer base legal real - reinscrever Cuba na lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo (lista SSOT por suas iniciais em inglês)".
Durante 65 anos, apesar das tensões entre os Estados Unidos e Cuba, não se pode citar um único caso de ação violenta em território norte-americano, direta ou indiretamente patrocinada por Havana, nem um único caso, destacou o eminente intelectual.
As consequências mais graves derivam do risco associado a qualquer tipo de ajuda humanitária, negócios, investimentos e comércio envolvendo Cuba e, por extensão, seus cidadãos, acrescentou.
A atual onda de migração de cubanos para os Estados Unidos, sem precedentes em sua magnitude, talvez seja o exemplo mais ilustrativo do impacto devastador e do sofrimento causado pelas medidas extremas e brutais contra a economia cubana, afirmou.
Sr. Presidente, esta situação tem que acabar, exigiu Ramonet. O senhor sabe que não há um único argumento válido e razoável para acusar Cuba e manter sua população sob punição coletiva ilegal e desumana.
O senhor tem a autoridade, antes de deixar a Casa Branca, para corrigir um absurdo tão cruel e retirar Cuba da lista SSOT. Faça isso já!", insistiu o proeminente intelectual no final de sua carta, na esperança de que Joe Biden saiba como fazer jus a esse momento histórico. (Fonte: Prensa Latina)