Foto: @CubaMINREX
Havana, 22 de setembro (RHC) O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, exigiu no domingo, na Assembleia Geral da ONU (AGNU), maior vontade política para enfrentar as falhas estruturais e morais do sistema internacional que impedem avançar em direção a um futuro justo.
Ao discursar na Cúpula do Futuro, o ministro das Relações Exteriores analisou os desafios enfrentados pelas nações em desenvolvimento e a necessidade de reformas realmente profundas para eliminá-los.
"Os povos precisam de menos interferência e mais solidariedade; menos trocas desiguais e mais equidade; menos politização e padrões duplos e mais diálogo, cooperação e respeito pelo seu direito inalienável de escolher seu sistema político, econômico, social e cultural", afirmou.
Rodríguez lembrou os desafios que representa para seu país a política hostil imposta pelo governo dos EUA, incluindo a inclusão na lista arbitrária e unilateral de Estados que supostamente patrocinam o terrorismo.
Insistiu que esse é o principal obstáculo para o bem-estar e o desenvolvimento da nação caribenha.
Ao mesmo tempo, o planeta está sofrendo os efeitos da mudança climática sem que as sociedades opulentas ponham fim ao consumismo que a gera e sem vontade política suficiente para canalizar os fundos necessários para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ou para o verdadeiro alívio da dívida.
O ministro insistiu que, para milhões de pessoas no Sul Global, a possibilidade de um futuro decente é e continuará sendo uma utopia.
"Será difícil acreditar nesse futuro prometido enquanto os países desenvolvidos se opuserem à reforma profunda da arquitetura financeira internacional, cujas discussões deveriam se concentrar nas Nações Unidas", observou.
O chefe da diplomacia cubana questionou: "Se essas exigências diluíram no Pacto para o Futuro, devemos acreditar nas promessas de maior acesso aos recursos indispensáveis para o nosso desenvolvimento?
O Ministro das Relações Exteriores discursou no dia de abertura da Cúpula, que começou na manhã de domingo com a adoção do Pacto para o Futuro, um ambicioso projeto da ONU para a reforma da governança global.
Apesar do otimismo com relação ao texto, as principais vozes da ONU asseguram que a verdadeira mudança virá com as ações e a vontade política dos países, particularmente dos mais poderosos. (Fonte: Prensa Latina)