Baku, 24 novembro (RHC) Cuba lamentou os resultados insuficientes em matéria de financiamento climático nas sessões da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), afirmou no domingo o embaixador cubano no Azerbaijão, Carlos Valdés.
O diplomata declarou à Prensa Latina que a delegação do país caribenho, em seu discurso, reconheceu o valor dos acordos alcançados em determinados temas, mas quis deixar claro seu desacordo com o arranjo proposto para a nova meta quantificada de financiamento climático.
Valdés comentou que, em sua declaração, Cuba considerou com relação ao financiamento climático que havia falta de compromisso dos países desenvolvidos com a ação global para enfrentar a mudança climática.
Da mesma forma, julga que reflete a clara intenção de renunciar às suas responsabilidades históricas e legais, reconhecidas na Convenção-Quadro e em seu Acordo de Paris.
Uma meta de financiamento que, em certa medida, direta ou indiretamente, pretende que os países em desenvolvimento contribuam para o financiamento, o qual deveria ser fornecido pelos países mais desenvolvidos, destacou a declaração da delegação cubana.
A nova meta financeira, conforme proposta, não responde às necessidades mínimas exigidas e não deixa espaço para melhorias e adaptações em um período de tempo prudente.
O montante de 300 bilhões por ano representa menos hoje para os países em desenvolvimento do que os 100 bilhões de 2009, se levarmos em conta a inflação dos últimos anos, e contrasta de forma alarmante com os orçamentos de defesa dos países desenvolvidos, ressaltou Cuba.
O texto recorda que as nações em desenvolvimento, independentemente de sua baixa contribuição à mudança climática, têm planos ambiciosos de mitigação da mudança climática; no entanto, enfrentamos as limitações impostas por um sistema econômico internacional desigual e injusto.
Cuba reafirma seu compromisso com a ação climática em conformidade com os acordos adotados, mas rejeita a pretensão dos países desenvolvidos de impor padrões de redução de emissões que não estão alinhados com os princípios da Convenção e do Acordo de Paris.
"Paguem sua dívida ecológica com a humanidade. Paguem sua dívida climática e não nos responsabilizem pelas consequências de seus padrões insustentáveis de produção e consumo", afirmou em seu discurso no encerramento da COP29, que ocorreu em Baku.