Foto: Estudios Revolución
Havana, 12 de dezembro (RHC) O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, se reuniu na tarde de quarta-feira, no Palácio da Revolução, com participantes da Conferência Internacional Década dos Afrodescendentes, que ocorre em Havana.
Ele estava acompanhado pela Vice-Primeira-Ministra, Inés María Chapman Waugh, pelo Ministro da Cultura, Alpidio Alonso Grau, e pelo coordenador do Programa Cor Cubana, Rolando Rensoli Medina, juntamente com outras autoridades do partido e do governo.
Rolando Rensoli, responsável pela organização do evento, prestou uma homenagem especial ao artista norte-americano Danny Glover Laverne, presente no evento, que há dez anos, após a declaração pela UNESCO da Década dos Afrodescendentes, disse que Cuba era o país que mais moral tinha para desenvolver esse tipo de encontro.
Os participantes, em suas falas, destacaram a contribuição de Cuba para a luta contra a discriminação racial em todas as suas formas e a importância deste evento, em Havana, que termina na sexta-feira.
O norte-americano James Cunts Early, aposentado do Instituto Smithsonian, e ativista social, destacou que "em Cuba, algo diferente se constata em nossa América, porque ela foi capaz de promover um caminho de possibilidades, de um novo mundo, com a triunfante Revolução de 1959, que enfrentou o racismo, que semeou a consciência no povo, mapeando a realidade sociológica do racismo".
Ressaltou "a importância de informar o povo norte-americano sobre o modelo cubano contra o racismo, que é, enfatizou, outro legado de Cuba para a América e para o mundo".
Abdulraman Abbe Terab, da Nigéria, confessou que em Cuba se sente como em seu próprio país. A diáspora africana, especialmente a nigeriana, não poderá trabalhar por seus direitos sem Cuba, onde em cada canto "há o nigeriano, há o iorubá, há o changó". "O mundo precisa entender, disse, que a Nigéria e Cuba não apenas têm semelhanças, mas são um só povo".
David Dennys, de Barbados, reiterou a reivindicação histórica dos povos caribenhos de uma reparação justa pelas terríveis consequências da escravidão. Em sua intervenção, pediu que a luta contra o racismo fosse levada a outro nível, reforçando a demanda pelo direito dos afrodescendentes de receberem reparações por terem sido roubados da África e pela escravidão, especialmente em tempos históricos como o atual, quando o fascismo está ressurgindo em países como os da Europa.
O presidente Díaz-Canel agradeceu aos presentes por estarem com Cuba nestes tempos complexos.
O chefe de Estado observou que a conferência havia reafirmado "a convicção de que compartilhamos ideias comuns, um bem comum, a aspiração de um mundo mais justo para todos, sem distinção, sem avaliações, sem distinguir as pessoas com base na cor da pele".
"Nós, ressaltou, sempre partimos da convicção de José Marti de que Pátria é a humanidade, que somos todos iguais e que não há raça. Somos seres humanos, aqueles que habitam o planeta, o planeta Terra, e a presença de vocês em Cuba tem sido muito importante para nós".
Díaz-Canel destacou que os cubanos se orgulham de ter contribuído com um grão de areia para a luta pela libertação de vários países africanos, uma forma de saldar nossa dívida com um continente que é parte direta de nossa nacionalidade.
"Temos orgulho de ser descendentes de africanos, de ser descendentes de nossos povos indígenas, de ser descendentes de europeus”.
"Da África temos uma rica presença cultural que nos distingue, que compartilhamos, de modo que quando nós, cubanos, estamos lá, nos sentimos em casa; quando estamos no Caribe, estamos em casa, quando estamos na América Latina, estamos em casa. É por isso que acredito que somos todos irmãos”, comentou o presidente cubano.
Agradecemos a presença de vocês neste evento, que não foi fechado nem acadêmico, mas também de sentimentos e esperanças, disse o presidente. Estaremos com vocês na batalha pela reparação histórica de nossos povos e na defesa de nossas raízes africanas, afirmou.