Foto tomada de Prensa Latina
Havana, 16 janeiro (RHC) O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, reiterou na quarta-feira que o governo cubano está disposto a discutir questões bilaterais com os Estados Unidos, sem condições.
Durante uma aparição pública na sede do Ministério das Relações Exteriores, Rodríguez garantiu que, apesar das diferenças entre os dois Estados, as autoridades cubanas estão dispostas a desenvolver uma relação de respeito com o governo dos EUA.
"O governo de Cuba propôs histórica e persistentemente ao governo dos EUA manter um diálogo respeitoso e responsável com base na igualdade soberana, no benefício recíproco, no respeito mútuo, sem interferência nos assuntos internos de nossos países", comentou.
"Fez isto publicamente, com respeito e repetidamente pelos presidentes Fidel Castro, Raúl Castro e Miguel Díaz-Canel, e também de maneira particular", enfatizou o chefe da diplomacia cubana.
"Devo reiterar que o governo cubano sempre teve, tem hoje, terá amanhã e terá na próxima semana e no futuro toda a vontade de trabalhar em favor de relações civilizadas para o benefício de nossos povos".
Em seu discurso, o ministro das Relações Exteriores explicou a posição do governo sobre as medidas anunciadas na terça-feira pelo governo de Joseph Biden. Considerou que as mesmas são consequência do fracasso da política agressiva da Casa Branca contra Havana.
Afirmou que os Estados Unidos excluíram Cuba da Lista de Patrocinadores do Terrorismo e adotaram duas outras medidas que supostamente diminuem sua hostilidade, porque falhou o seu plano de afundar a economia e derrubar o governo legitimamente estabelecido aqui.
Rodríguez considerou que o bloqueio dos EUA está causando sérios danos econômicos e humanitários, mas " nem a economia colapsou, nem o governo foi derrubado”.
Para o ministro cubano, "o governo dos Estados Unidos tomou as mencionadas decisões ao reconhecer que a política que aplicou em relação a Cuba é obsoleta".
Afirmou que é o reconhecimento de que está causando um isolamento muito sério, desacreditando-o e danificando instrumentos que supostamente precisa para cumprir certos objetivos de sua agenda internacional.
"E ocorre justamente pelo apoio do povo cubano à Revolução e à ordem constitucional que, de forma soberana e no exercício da autodeterminação, deu a si mesmo", argumentou.
Enfatizou que essas medidas são reversíveis e insistiu em que não deveriam estar sujeitas aos caprichos dos governos ou aos caprichos da política interna e das competições eleitorais.
"Se outro presidente viesse e incluísse Cuba na lista novamente, teríamos de nos perguntar quais eram os motivos e a credibilidade do governo dos EUA seria questionada", expressou.
De acordo com Rodríguez, excluir Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, impedir ações nos tribunais dos EUA diante de processos judiciais e eliminar a lista de entidades cubanas restritas são "medidas sérias e importantes, na direção correta, mas muito limitadas e muito tardias".
Por outro lado, ressaltou que o bloqueio econômico e dezenas de sanções norte-americanas, com efeitos extraterritoriais, que violam os direitos dos cubanos, continuam em vigor.
"Cuba continuará enfrentando e denunciando essa guerra econômica, a ingerência e as operações de desinformação sobre sua realidade, da mesma forma continuará disposta a desenvolver uma relação de respeito com esse país", enfatizou. (Fonte: Prensa Latina)