
Havana, 24 de abril (RHC) A 16ª Feira Internacional Saúde para Todos, que terminou na quinta-feira, nesta capital, consolidou as capacidades de Cuba no setor da saúde e na indústria da biotecnologia.
Prova disso são os vários acordos de colaboração assinados no evento, que foi realizado no recinto da PABEXPO como parte das atividades correspondentes à 5ª Convenção Internacional Cuba Saúde 2025.
Entre os acordos mais recentes estão os contratos entre as empresas do grupo BioCubaFarma e a estatal bielorrussa Academpharm, que fechou acordo com MedSol para a criação de uma joint venture entre as duas partes.
A empresa de Belarus também consolidou um contrato de representação com FarmaCuba para o registro sanitário e a comercialização de produtos fabricados pela indústria biofarmacêutica caribenha.
Além disso, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (CIDEM) assinou Carta de Intenções com a empresa bielorrussa para a transferência de tecnologia de produtos genéricos desenvolvidos por essa instituição cubana.
Já a empresa peruana Quality Pharma assinou acordo de confidencialidade com a empresa cubana Cimab S.A. para apresentar o registro sanitário dos produtos eritropoietina em formatos de 2.000, 4.000 e 10.000 unidades internacionais e filgrastim.
Cimab dedica-se à comercialização de produtos biofarmacêuticos, em particular anticorpos monoclonais, vacinas terapêuticas e outras proteínas recombinantes para o diagnóstico e o tratamento do câncer e outras patologias relacionadas ao sistema imunológico.
No contexto da 16ª Feira, Cuba e México apresentaram uma unidade de anestesia e o trabalho conjunto para a fabricação do primeiro tomógrafo de impedância incluído em um ventilador mecânico.
De acordo com Ricardo Ballesteros, diretor geral da empresa mexicana GATSIMED, em 2024 começou a cooperação em projetos que buscam aproveitar as capacidades de sua entidade, a COMBIOMED Tecnologia Médica Digital e o Centro Cubano de Neurociências, este último de BioCubaFarma, para desenvolver novos mercados com soluções integrais voltadas para a saúde.
Além da fabricação de equipamentos de alta complexidade e alto desempenho, a aliança também se concentra em fornecer plataformas que contribuam para o bem-estar tanto dos profissionais de saúde quanto dos pacientes e familiares, com base no kit abrangente para a Atenção Primária à Saúde, projetado pela COMBIOMED e envolvendo outras empresas do setor, o que é relevante para o GATSIMED, disse o representante mexicano.
O executivo anunciou que atualmente estão focados na geração de "Big data" para uso médico e planejam lançar uma ferramenta de telemedicina no congresso BioHabana 2026, embora seu uso não signifique a substituição do profissional de saúde, mas facilitará a tomada de decisões, com base em informações precisas e eficazes em tempo real.
A 16ª Feira Internacional de Saúde para Todos também incluiu a conferência "O papel de Cuba na autonomia sanitária da América Latina e do Caribe", que concentrou o diálogo em um painel patrocinado pela BioCubaFarma e a União Europeia.
Os presentes confirmaram que a União Europeia é o principal fornecedor de tecnologia e uma fonte de financiamento de projetos para a BioCubaFarma.
"Esse vínculo constrói uma ponte para mercados de alto padrão, onde os cubanos já estão investindo e criando novas capacidades", disse a presidente do grupo, Mayda Mauri.
Quanto à América Latina, o diretor geral do Instituto Finlay de Vacinas, Vicente Vérez Bencomo, falou sobre o fundo comum para a compra de vacinas na região e destacou que apenas 5% do que se compra são produzidos em países latino-americanos.
"Os maiores comercializadores desse fundo rotativo são as grandes empresas farmacêuticas. Com elas, as vacinas custam entre 15 e 20 dólares por dose", advertiu.
Se Cuba quiser entrar nesse mercado, deve competir para que a maioria das pessoas possa adquirir medicamentos a baixo custo, disse Vérez, e devemos ser capazes de produzir 40 ou 50 milhões de doses por ano para poder competir com os preços asiáticos.
Judit Rius Sanjuan, diretora do Departamento de Inovação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), mencionou a importância da cooperação técnica e apontou Cuba como inspiração para ecossistemas sustentáveis baseados na saúde pública. "Essa visão de saúde acima de tudo é o que a região precisa", comentou.
Expandir a construção de alianças estratégicas, principalmente para identificar novos fornecedores para a indústria biofarmacêutica cubana, foi um dos principais objetivos da BioCubaFarma durante a 16ª Feira Internacional de Saúde para Todos, que este ano esteve dedicada à China como convidada de honra, afirmou Mauri. (Fonte: PL)