Havana, 9 de abril (RHC).- Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS – Organização Mundial da Saúde, pediu ao presidente dos EUA, Donald Trump, “não politizar o vírus”. Respondeu assim às críticas do mandatário à gestão da crise pela entidade sob o argumento de que está ligada à China.
Solicitou às autoridades norte-americanas e chinesas “unirem forças para combater esse perigoso inimigo”. “Não deveríamos perder tempo jogando a culpa noutros”, sublinhou Ghebreyesus.
O titular da OMS revelou que nos últimos três meses, desde que foi detectado o primeiro caso da Covid-19, tem recebido ameaças de morte e ataques de vários tipos, entre eles de teor racista. “Para ser honesto, sinto orgulho da minha cor. Por que ficaria preocupado por ser atacado se as pessoas estão morrendo. Estamos perdendo vidas a cada minuto”, afirmou.
Em termos semelhantes se expressou Hans Kluge, diretor da OMS para Europa. “Ainda estamos na fase aguda da pandemia, portanto agora não é o momento para cortar fundos”, afirmou em coletiva de imprensa on-line.
Nesse ponto, Bruce Aylward, assessor superior do diretor-geral da OMS, defendeu a postura da entidade a respeito da China. Disse que trabalhar com a nação asiática foi essencial para compreender a essência do surto do coronavírus detectado pela primeira vez na cidade de Wuhan em dezembro passado. “Foi absolutamente crítico na primeira fase deste surto ter pleno acesso a tudo o possível, estar no terreno e trabalhar com a parte chinesa para entendê-lo”, declarou Aylward, que em fevereiro passado encabeçou a missão conjunta de especialistas de ambas as partes.